O carnaval passou e com ele muitas coisas na minha vida se dividiram em partes.
Esse ano não fui pular carnaval em canto nenhum, até senti falta do meu Recife, das músicas do Galo da Madrugada e tudo mais. Não é que goste fervorosamente de frevo, é que os meus carnavais sempre foram regados a muita alegria em família em casas de praia, em Recife.
Enfim, a questão não é Recife, Salvador ou qualquer outra parte do mundo. A questão é sobre o que senti dentro de mim nesses dias. Amo fantasias, confetes e purpurinas, até iria para um bailinho super feliz, mas...
...tudo dentro de mim queria algo diferente. Tudo dentro de mim estava cansado do óbvio, dos meus antigos gostos, das lembranças e das pessoas. Tudo dentro de mim estava mudando e eu não havia percebido.
Às vezes a gente nem pára pra pensar na vida direito e acaba esquecendo de vê que apesar de boas lembranças, sua mente cansa e começa a pedir outras memórias e o seu coração, outras emoções.
Então decidi pôr na última gaveta do meu armário as lembranças que fizeram parte de todos os meus carnavais. Guardei em sete chaves todos os sorrisos e musiquinhas que me levavam a nostalgia, afinal, meu mundo havia mudado e eu precisava construir uma nova história e nessa nova história, viver novos sentimentos.
Guardei também tudo o que me incomodava, as memórias de pessoas que não fazem mais parte de minha vida, as dores recentes e que me faziam tão mal. Guardei sorrisos, toques, beijos e sensações do ano passado e de todos os anos de minha vida. Estava disposta a recomeçar do zero, experimentar pela "primeira vez" o verdadeiro sentido de várias coisas.
E já que estava disposta a recomeçar, resolvi que tudo, a partir desse carnaval, seria completamente diferente.
Eu iria viajar e me encontrar com pessoas diferentes, iria conhecer novas realidades, dançar novas músicas e criar lembranças para que daqui há 10 anos eu também possa guardá-las dentro de outra gaveta nesse mesmo armário da vida.
E aprendi:
"Não existe nada que irá destruir o que foi feito pra existir pra sempre."
Ah! A música mais importante que restou em minha memória depois da grande faxina que fiz, foi essa...
O Hino do Galo da Madrugada!
E tanto faz o que passou, agora só me resta o futuro.
Beijos!
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